RESENHA: “O CHOQUE DE CIVILIZAÇÕES” – SAMUEL P. HUNTINGTON
![Resultado de imagem para choque de civilizações](https://www.pontofrio-imagens.com.br/livros/LivrodeHistoriaeGeografia/LivrodeHistoriaGeral/240146/3223853/O-Choque-de-Civilizacoes-240146.jpg)
De início,
deve-se observar qual a tese principal do autor, onde suas ideias convergem
para um denominador de conceito definitivo dos pensamentos apresentados. No
texto Huntington coloca como tese que
os conflitos não mais serão essencialmente ideológicos ou econômicos, mas
disputas de ordem cultural. Então, partindo desse princípio, Huntington explica que o globo possui as
Nações-Estados que são os agentes mais poderosos do globo, mas que a maioria
dos conflitos ou alianças entre elas ocorreram cada vez mais por questões
civilizacionais. Mas o que seria civilização para o autor? Segundo o texto, a
natureza das civilizações é diretamente ligada ao cultural, à fé, à etnia,
nacionalidade e afins, ou seja, a civilização é o nível mais amplo do qual um
indivíduo pode se sentir pertencente, uma questão de identidade (Pag. 122, 3ª linha).
A grande
questão levantada pelo Huntington para
ele desenvolver a sua tese é: “Porque as civilizações entram em choque?” (pag. 122). Para responder ele explica
que a identidade das civilizações será cada vez mais importante no futuro.
Então ele divide o globo entre sete ou oito grandes civilizações: ocidental,
confunciana, japonesa, islâmica, hindu, eslava ortodoxa, latino-americana e a
africana (pag. 122, penúltimo parágrafo).
Neste ponto, Huntington dispara sua
grande chave da tese: “Os conflitos mais
significativos do futuro vão ocorrer ao longo das linhas de cisão cultural que
separam cada uma dessas civilizações”, ou seja, em suas fronteiras. Com
essa ideia ele monta todo um esquema de justificativa de conflitos históricos e
futuros, “o mundo está ficando menor”
(pag. 123). Nas próximas páginas do texto, o autor vai embasar sua fala com
alguns conflitos históricos e seus motivos e consequências, também vai falar
mais detalhadamente da linha de cisão entre civilizações e suas consequências
para as regiões dessa fronteira, deixando claro que nem sempre é necessário
haver violência para caracterizar um conflito, mas cada vez mais os conflitos
têm sido de caráter violento. Com toda essa informação exposta, o autor nos da
conceitos do que ele chama de países parentes, resumindo, seriam países que
fazem alianças com base em elementos civilizacionais comuns, geralmente fé,
etnia e língua (pag. 130 último
parágrafo), Huntington cita vários exemplos de alianças que decorreram a síndrome
de países parentes.
Um grande
parágrafo do texto que o autor enfatiza bastante é em como o Ocidente está
contra o resto do mundo. Ele diz que hoje o Ocidente desfruta de um
extraordinário poder em relação as outras civilizações. A superpotência inimiga
desapareceu do mapa, e a supremacia militar ocidental é incontestada. Domina
instituições políticas e de segurança internacional, junto ao Japão, as
econômicas também (pag. 133). Em
seguida, o autor mostra que existem países divididos, ou seja, países com
grande número de povos de diferentes civilizações, como a União Soviética e a
Iugoslávia. Países nessa situação são grandes candidatos à desintegração. Em
contrapartida, há países com alto grau de homogeneidade cultural, mas não há um
consenso sobre a que civilização pertencem, são os países divididos que,
normalmente, seus lideres internos tentam fazer que eles sejam parte do
ocidente, mas a história, cultura e tradições são todas não-ocidentais, a
Turquia é um [ótimo exemplo. Neste conceito de poderio ocidental, surge a
conexão confunciana-islâmica, o maior medo do ocidente. Segundo Huntington, seria a união da China
(Grande potencia oriental) com a civilização mulçumana, a união de poderio de
produção, economia, petróleo, armamentos e tudo que poderia desestabilizar o
ocidente. Para evitar esse tipo de laço muito forte, o Ocidente utiliza de
algumas medidas defensivas que seriam os acordos internacionais, pressão
econômica e controle de transferência de armas e tecnologia bélica para evitar
que países não ocidentais aumente seu poder militar (pag. 137, últimas duas linhas). De todos os países não ocidentais
o que mais ameaça o Ocidente é a China, pois estimulada por uma grande política
de avanço econômico tem avançado bastante o seu poder militar e o seu poder de
influência, aumentando cada vez mais os seus gastos com as Forças Armadas do
seu país.
No final do
seu texto, Huntington fala sobre
algumas implicações para o ocidente e fala sobre seu posicionamento sobre o
choque de civilizações. Ele deixa bem claro que não defende que os caráteres de
identidade civilizacional irão substituir todos os outros, ele apenas quer
mostrar que o caráter de civilização é de extrema importância. Também não
defende vantagens de uma civilização entrar em choque com a outra, apenas
formula hipóteses futuras que podem vir a acontecer devido ao caráter
identidade civilizacional. “No futuro não
haverá uma civilização universal, mas um mundo de diferentes civilizações, e
cada qual precisará aprender a coexistir com a outra” (pag. 140 HUNTINGTON,
Samuel. Choque das Civilizações? In: Política Externa. Vol.2, n.4, março de
1994).
Nenhum comentário: